Produtor
CTB – Companhia de Teatro de Braga, CRL
Sinopse
O que está em causa é o próprio Teatro: a Sala, os Artistas e o Público. Parece que os europeus ainda não entenderam até onde nos trouxe a Segunda Guerra. Há hoje uma geração de náufragos nesta Europa, que lutam ferozmente para voltar à tona, sem memória colectiva e com profundo sentido de revanche. São reais, concretos, encantatórios e acreditam que esta Europa pode voltar a ser a sua Europa, a da barbárie.
Personagens asfixiadas em casacas de medo a investirem contra a Cidade. O desamor ou ódio, como estratégia que resta para a sobrevivência.
A Mãe, a Filha, o Escritor dramático, a Criada, não estão apenas sós, uns contra os outros. Eles exibem, também, numa nudez despudorada os mecanismos dos cérebros. Num crepuscular quadro de família emerge a Figura da Mãe que faz a sua Vida semeando a Morte à sua volta. Ela, que só desejava ver o mar e perceber as marés. Que partiu de mala vazia e para a encher passou por cima de Tudo. Ela, que detestou tanto o marido como adorava ouvi-lo dizer (a despropósito?) que tudo está bem quando acaba em bem. Ele, que pronunciava como ninguém a palavra fundição e que com ela teve um Filho, que ele fez e que era só simplesmente horrível. Nasceu velho e morreu ainda bem novo no berço, donde nunca saiu. Nunca suportaria que fosse conspurcado pela imundície. Sim, a imundície diz ela prolifera por todo o lado, no teatro, na fábrica, nos operários, sim há 60, há setenta anos que os trabalhadores triunfam / mas isso ainda os nossos não entenderam / os trabalhadores triunfam / eles têm o caderno na mão / ditam determinam / arruinam-nos completamente como tu não percebes nada de chá / também não fazes ideia da história do mundo minha filha.
(in No Alvo)
Esta é a minha quarta incursão ao universo Bernhardiano, depois de A Força do Hábito (para o Teatro Experimental do Porto, 1994) e Antes da Reforma (CTB 1999 ) e Simplesmente Complicado (CTB / U.M. 2006). E sempre uma renovada vontade de a ele voltar. É como uma febre que vai e volta.
Rui Madeira
Produção
COMPANHIA DE TEATRO DE BRAGA (CTB)
125ª PRODUÇÃO
Ano de estreia 2015
Ficha Artística
autor Thomas Bernhard
tradução Anabela Mendes
encenação Rui Madeira
assistente de encenação António Jorge
elenco Eduarda Filipa, Frederico Bustorff, Sílvia Brito e Solange Sá
cenografia Alberto Péssimo, Jorge Gonçalves
figurinos Manuela Bronze
desenho de som Pedro Pinto
desenho de luz Nilton Teixeira
design gráfico Carlos Sampaio
fotografia Paulo Nogueira
Abertura de Portas
20:30
Contactos para Reservas
91.999.doze.treze
[email protected]
Preços
Bilhetes com desconto estão sujeitos à entrega de comprovativo* na entrada da sala.
*Documento de identificação válido